quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

NEOCLASSICISMO - ARTE REVOLUCIONÁRIA

I – DADOS CRONOLÓGICOS:

A partir de 1780 até 1820, a arte neoclássica refletiu nas palavras de Edgar Allan Poe, “a glória que foi a Grécia, /E a grandeza que foi Roma”.

No fim do século XVIII e no início do século XIX, predominou na arte européia o Neoclassicismo, ou Academicismo.
O iniciador da tendência foi JACQUES-LOUIS DAVID, pintor e democrata francês que imitava a arte grega e romana para inspirar a nova república francesa.
O nascimento do Neoclassicismo se deve em linhas gerais ao crescente interesse pela antiguidade clássica que se observou na Europa em meados do século XVIII, associado com a influência dos ideais do Iluminismo, que tinham base no racionalismo, combatiam as superstições e dogmas religiosos, e enfatizavam o aperfeiçoamento pessoal e o progresso social dentro de uma forte moldura ética.
Também teve um peso na formação do Neoclassicismo a reapreciação da arte da Alta Renascença italiana e do Barroco classicista francês. Acrescente-se a isso a descoberta de Herculano e Pompéia, uma grande surpresa entre os conhecedores e o público, e embora as escavações que começaram a ser realizadas nas ruínas em 1738 e 1748 não tenham encontrado obras-primas em arte, trouxeram para a luz uma quantidade de relíquias e artefatos que revelavam aspectos do cotidiano romano até então desconhecidos.
Apesar de a arte clássica ser apreciada desde o Renascimento, o era de forma circunstancial e empírica, mas agora o apreço se construía sobre bases mais científicas, sistemáticas e racionais.
Seu apelo não passou despercebido, e a história, literatura e mitologia antigas passaram a ser a fonte principal de inspiração para os artistas, ao mesmo tempo em que eram reavaliadas outras culturas e estilos antigos como o gótico e as tradições folclóricas do norte europeu, o que possibilitou que os princípios neoclássicos coexistissem com os do Romantismo.
O movimento teve também conotações políticas, já que a origem da inspiração neoclássica era a cultura grega e sua democracia, e a romana com sua república, com os valores associados de honra, dever, heroísmo, civismo e patriotismo. Como conseqüência, o estilo neoclássico foi adotado pelo governo revolucionário francês, assumindo os nomes sucessivos de estilo Diretório, estilo Convenção e mais tarde, sob Napoleão, estilo Império, influenciando outros países. Nos Estados Unidos, no tumultuado processo de conquista de sua própria independência e inspirados no modelo da Roma republicana, o Neoclassicismo se tornou um padrão e foi conhecido como estilo Federal. Entretanto, desde logo o Neoclassicismo se tornou também um estilo cortesão, e em virtude de suas associações com o glorioso passado clássico, foi usado pelos monarcas e príncipes como veículo de propaganda para suas personalidades e feitos.


II – CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL:

Depois do luxo e do rococó, vêm à revolução e Napoleão, transformando as tendências artísticas.

O século XVIII tinha sido a Idade das Luzes, quando os filósofos pregavam o evangelho da razão e da lógica. Essa fé na lógica levou à ordem e às virtudes “enobrecedoras” da arte neoclássica.
O século XIX, porém, passou por fortes mudanças, decorrentes da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, no fim do século XVIII.
Roma nunca deixara de ser um centro das artes desde o Alto Renascimento. Contudo, o declínio do mecenato, que começou antes de 1700, significou que poucas grandes obras de arte foram produzidas durante a primeira metade do séc. XVIII e o número de artistas famosos eram muito reduzidos.
Entretanto, durante esses anos Roma esteve se preparando para o seu novo papel como o grande museu da Europa. Diariamente peças de escultura clássica, eram desenterradas e adicionadas às que já eram conhecidas desde a Renascença.
A arquitetura até o século XVIII defendia a ideia de que o projeto de um edifício deve expressar a sua função. Mas, não as suas formas, sobretudo, os modos de usá-las que eram expressivos.
Assim, o plano circular e as simples proporções matemáticas da igreja renascentista ideal simbolizaram a perfeição de Deus; os ritmos dinâmicos, as curvas contrastantes e o impetuoso movimento ascendente da fachada da igreja barroca comunicavam o poder e a glória do catolicismo.
Mas, em ambos os casos, as formas concretas utilizadas, colunas, cornijas, frontões etc, eram irrelevantes para a finalidade expressiva; o mesmo efeito poderia ser atingido com formas de projeto muito diferente e não clássico.
Desde o século XVI, a Europa vivia um processo de múltiplas transformações. As grandes navegações, a Reforma Religiosa, a formação do Estado Nacional e a expansão do comércio foram aos poucos desintegrando o que havia restado da velha ordem feudal.
No século XVIII, o mundo preparava-se para viver o tempo do capital e da burguesia (95% da população eram denominados “vulgos”, pois não eram reconhecidos como cidadãos e, após a era napoleônica, a riqueza do homem era medida pelo seu trabalho, desenvolvendo o conceito de capitalismo).
Os capitalistas investiam em avanços tecnológicos que, por sua vez, permitiam acumular riquezas cada vez maiores. Foi nesse contexto de consolidação do universo burguês que as idéias iluministas se estruturam.
As novas formas de vida e as conquistas humanas da Época Moderna não se articulavam com a rigidez das antigas estruturas de poder político e econômico e, também, do pensamento religioso que dominava a vida intelectual.
As conquistas técnicas abriram possibilidades de avanços em vários campos, com os quais não se ousava sonhar. Mas o universo intelectual dominado pelos pressupostos da religião católica condenava o interesse científico, logo apontando como heresia pelo clero, que temia perder seus privilégios econômicos, políticos e sociais.
O Iluminismo era fundamentalmente racionalista. Para eles, o universo era regido por leis físicas, que podiam ser determinadas e estudadas, afastando qualquer possibilidade de intervenção divina sobre a ordem natural. Criticam a Igreja, mas não eram ateus. Achavam que as sociedades deviam ser organizadas objetivando a felicidade e o prazer dos homens.
O primeiro pensador a teorizar a dúvida como meio de desvendar a realidade foi o francês RENÉ DESCARTES (11596-1650). Descartes afirmava que todo saber científico podia ser traduzido em idéias precisas e claras como na Matemática. Para ele, não existe reflexão fora da dúvida. A sua afirmativa mais famosa: “Penso, logo existo”, nos leva a pensar que ele questionava a sua própria existência.
Os ideais iluministas eram profundamente otimistas em relação ao ser humano e à nossa capacidade de controlar e conhecer tudo o que nos rodeia.
No plano social, esse otimismo se traduziu na crença de que os homens eram os agentes históricos, capazes de conduzir a história de acordo com seus interesses. Antes do século XVIII, havia a crença na interferência divina.
No plano político, o otimismo das Luzes, foi à base de sustentação ideológica das revoluções burguesas. Os preceitos de Igualdade, Liberdade e Fraternidade, presentes na Revolução Francesa, foram à derivação política das teses racionalistas.
Já que as pessoas é que são as construtoras de seus destinos e de sua história, não havia mais como justificar o poder de um rei que governava por direito divino.
O maior veículo de difusão das idéias iluministas na França foi a “Enciclopédia” (obra clandestina), ampliação de uma enciclopédia inglesa, publicada em 1728 e sua elaboração foi coordenada pelo escritor DENIS DIDEROT (1713-1784), que contou com várias dezenas de colaboradores e que tinha o objetivo de reunir todo o conhecimento acumulado.
Sua contribuição principal é que é possível construir um pensamento leigo, separar o que é ético da moral religiosa.
A Diderot deve-se a frase que resume o caráter anticlerical, racionalista e liberal do Iluminismo: “Os homens só serão livres quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre.”
HELVETIUS e D’HOLBACH foram os grandes materialistas da “Enciclopédia”. Para Helvetius, o fundamento da moral humana estava à constante busca do prazer e na fuga do sofrimento, posição filosófica denominada hedonismo. D’Holbach, por sua vez, aprofundou a concepção mecanicista do universo.
VOLTAIRE (1694-1778) era um defensor da liberdade individual e grande inimigo da Igreja e seus membros, aos quais chamava de hipócritas e parasitas da sociedade. Suas idéias foram bem aceitas pela burguesia francesa, mas não atingiu as camadas populares, que Voltaire desprezava. Defendia que cada país deveria adotar um tipo de governo: os mais atrasados deveriam assumir o absolutismo esclarecido; e os mais evoluídos, como a França, deveriam instaurar um governo liberal, republicano, apoiado na classe média (burguesia).
Outro grande pensador político da época foi MONTESQUIEU (1689-1755), que, em sua obra “O Espírito das Leis” (1748), defendia novas concepções sobre o Estado.
Ele faz uma reflexão sobre as leis que regem a sociedade e aponta como solução política a monarquia constitucional, nos moldes daquela existente na Inglaterra. Mas a sua maior contribuição à ciência política foi a doutrina dos três poderes. Por essa doutrina, Montesquieu dividia a autoridade governamental em três ramos fundamentais: os poderes; legislativo, o executivo e o judiciário, que deveria ser independentes entre si para garantir a liberdade individual dos cidadãos.
Como Voltaire, Montesquieu não levava em conta as camadas populares, pois defendiam a participação da burguesia no governo, mas não democráticas.
ROUSSEAU (1712-1778) diferencia-se dos outros pensadores, pois além de criticar o racionalismo exacerbado dos iluministas, defendia os anseios das camadas populares (o Governo deve ser constituído pela vontade geral, que representa os interesses da sociedade de baixo para cima e não como era; afinal: o Governo representa o povo).
Em sua obra “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, ele atribui à propriedade privada a origem da infelicidade humana.
Segundo Rousseau, com ela acabou-se a igualdade e surgiram dominadores e dominados. Também discordava do liberalismo, valorizando a vontade coletiva e o poder dado pela soberania popular, em vez do individualismo.
Assim, em “O Contrato Social” (1762), Rousseau conciliou os interesses particulares e os interesses públicos. Teorizou um Estado ideal onde todas as pessoas participariam diretamente do Governo e as decisões seriam tomadas de acordo com a vontade geral.
Essas ideias tiveram forte influência no retorno histórico da Democracia. Acreditava que todas as pessoas nascem boas e que a convivência social é que as torna corrompidas, dessa maneira, propunha criar um sistema educacional que preservasse a bondade original, acabando com as desigualdades e injustiças.


FRANÇA ANTES DA REVOLUÇÃO

A França, às vésperas da Revolução, contava com uma população de 26 milhões de habitantes, cuja maioria vivia no campo. Entre essa população rural havia diferenças sociais consideráveis de camponeses proprietários (pequenos e grandes fazendeiro) a trabalhadores servis, explorados segundo os moldes feudais.

As propriedades feudais já não permitiam a sobrevivência da sociedade, o modo de produção feudal tornava-se inviável por causa do aumento populacional e pelo fim das terras que podiam ser arroteadas.
Impostos e domínio da nobreza nas maiorias das propriedades e à falta de condições para sobreviver no campo dificultando a expansão da agricultura capitalista levaram muitas famílias mudarem para as cidades onde o comércio e as manufaturas ofereciam novas oportunidades de trabalho.
Mas era na cidade que se encontrava a camada mais dinâmica da sociedade francesa: a burguesia (alguns intelectualizados que prestavam serviço à aristocracia; portadores de pequeno comércio que produziam seus bens para as camadas superiores e que procuravam ascender sua posição pela via intelectual, pelo Estado).
Os grandes banqueiros e comerciantes eram a camada mais rica dessa classe e viviam dos grandes negócios; os advogados, médicos e outros profissionais formavam a camada intermediária. Apesar de ricos e de controlar a produção e os negócios da nação, os burgueses não gozavam de nenhum privilégio político ou social.
Ainda nas cidades, encontrava-se outro importante setor da sociedade: as camadas populares urbanas, os jornaleiros (trabalhadores por jornadas) das oficinas artesanais, empregados do comércio, operários, pequenos artesãos etc. Essas pessoas viviam de seu trabalho e suas condições de vida variavam de acordo com seus ganhos.
Uma minoria da população formava a camada privilegiada da época: a aristocracia, que incluía a nobreza e o alto clero. Para essas pessoas, a riqueza e a boa vida não dependiam nem da sorte nos negócios nem do trabalho pessoal, mas unicamente do seu nome, do nascimento nobre. Os nobres franceses prendiam-se às velhas tradições que consideravam o trabalho uma atividade indigna para a sua condição social. Ainda viviam sob a ideologia medieval que dividia a sociedade entre “os que rezam (clero), os que combatem (nobreza) e os que trabalham (servos)”. Trabalhar era igualar-se aos servos.
Os nobres, apesar de não gozar da autonomia e do poder político de seus antepassados, tinham imensos privilégios: não pagavam impostos, cobravam taxas dos camponeses (nobreza do interior), recebiam alguma pensão do tesouro real (nobreza cortesã) e aqueles que ocupavam importantes cargos nas magistraturas da monarquia (nobreza judiciária).
A França era uma monarquia absolutista, em que o poder do rei se justificava pelo Direito Divino. O Estado absolutista francês criou a contradição que em grande parte foi responsável pela sua destruição: promoveu um expressivo enriquecimento dos comerciantes; mas, manteve certas estruturas feudais, como os pedágios em solo francês, que impediam o pleno desenvolvimento das atividades capitalistas.
A estrutura do Estado era antiquada, onerosa, pela necessidade de sustentar a corte e os muitos palácios da família real. As despesas não eram reguladas pela receita, e sim a receita era regulada pelas despesas. Ou seja, cobravam-se impostos de acordo com os gastos, quando o razoável é gastar aquilo que foi arrecadado.
Para agravar esse peso econômico representado pela corte, pelo funcionalismo público e pelos gastos descontrolados, a França se envolveu na Guerra da Independência dos Estados Unidos. A luta contra a Inglaterra colocou as finanças públicas em situação de ruína.

FRANÇA E A REVOLUÇÃO (1789)

   A sociedade francesa era dividida em três estados, estamentos ou ordens: primeiro estado, o clero; segundo estado, a nobreza e terceiro estado, o resto da nação.
Os representantes se reuniam separadamente para deliberar sobre as propostas do rei. Em seguida formavam a assembléia, onde cada estado tinha direito a um voto. Dessa forma, as ordens privilegiadas (nobreza e o clero) tinham seus interesses garantidos, pois ao terceiro estado cabia apenas um voto.
O Antigo Regime demonstrava sua fragilidade: a convocação da Assembléia dos Notáveis e a permissão para a convocação dos Estados Gerais agradavam, por motivos diferentes, à nobreza conservadora e à burguesia revolucionária.
Luís XVI entra em crise com os nobres, com as rendas físicas em decadência, os nobres procuravam o rei para resolver o problema ou nomeá-los para algum cargo no Estado, pois acreditavam que tinham direito, afinal, sempre o serviram. Os aristocratas cobravam mais envolvimento no poder político, mas isso era enfraquecer o Estado. Então, procuravam o exército, pedindo apoio aos militares. Esses não estavam felizes; afinal, a França havia perdido a guerra para Hollanda e o soldo estava baixo.
Entre 1787/1785 deu-se a “Fome”, duas colheitas perdidas, faltando até trigo.
Os Estados Gerais haviam sido convocados para o dia 05 de maio de 1789. Sabia-se de antemão que a situação não mudaria se não se mudasse o sistema de votação. O rei tentou impedir que se discutisse a questão da proporcionalidade dos votos.
O Terceiro Estado com apoio de alguns nobres e cléricos mais cultos tentou mudar o sistema de votação.
A convocação foi uma tentativa do governo de contornar a crise, ao mesmo tempo em que era uma confissão real da impossibilidade de solucionar os problemas nacionais. O Terceiro Estado exigiu que a votação fosse nominal, tendo cada estamento um número representativo de deputados, porque esse sistema lhe garantiria a maioria dos votos.
Percebendo o rumo dos acontecimentos, o rei tentou barrar a entrada dos deputados na Assembléia. Revoltados, os representantes do Terceiro Estado invadiram um salão destinado a um esporte da nobreza, o jogo de péla, onde juraram se manter reunidos até concluírem uma nova Constituição. Era o dia 20 de junho de 1789, e o Juramento do Jogo de Péla é considerado o marco inicial da Revolução Francesa.
A notícia de que o rei Luís XVI reunia tropas para reprimir as manifestações de liberdade chegou à capital. Em Paris, no dia 14 de julho de 1789, chegou o boato de que os canhões da prisão da Bastilha estavam todos preparados para bombardear a cidade, a população pobre (artesãos, operários, pequenos comerciantes, lavadeiras e costureiras) invadiu um depósito de munições e, armados, tomou de assalto a Bastilha (prisão-fortaleza, antiga prisão do Estado, onde eram aprisionados os condenados por crimes políticos e símbolo do poder absoluto do rei, que foi derrubado pelo povo com as mãos e tendo como espectador, o exército).
Esse episódio, conhecido como a Queda da Bastilha, tem sido apontado como o marco inicial da Revolução Francesa pelos historiadores que analisam a Revolução como um movimento que envolveu toda a sociedade francesa, como ampla participação das camadas populares. O sentido é de que “a Bastilha caiu pelas mãos do povo”, em outras palavras, “a monarquia absolutista caiu pelas mãos do povo”.
Em 04 de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte aprovou a lei que abolia os direitos feudais na França.
O centro da revolução voltou então para a Assembléia Constituinte, que, em 26 de agosto, aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, uma síntese da concepção burguesa da sociedade: instituía-se a igualdade jurídica entre os homens, em oposição à concepção feudal da sociedade, e também se assegurava o direito inviolável à propriedade privada, contrapondo-se à concepção comunitária da propriedade, que persistia entre os camponeses.

Vários segmentos sociais participaram do processo:

- GIRONDINOS: partido moderado central. Políticos do Terceiro Estado que representavam a alta burguesia financeira e comercial. Seu principal interesse era defender a propriedade privada e a liberdade econômica.

- JACOBINOS: partido de esquerda. Grupo político também do Terceiro Estado, representante da pequena burguesia, em cujas fileiras se agrupavam artesãos e pequenos comerciantes.

- SANS-CULOTTES: “O populacho” Grupo popular composto principalmente por trabalhadores da cidade de Paris, que lutava pela ampliação dos benefícios da Revolução para as classes pobres. Na maioria, eram ex-trabalhadores rurais que ingressavam no exército para trabalharem pela defesa do Estado ou pela própria Revolução. O exército possibilitou para “essa gente” saírem da insignificância social e ascenderem para o prestígio social (podiam casar com uma dama burguesa). Pela primeira vez na história da humanidade, o mundo organizou o “poder na mão” e criou o guerreiro (“gente de valor natural”). As pessoas podiam mostrar o seu valor e isso faria a diferença - e essa á a essência do capitalismo.
O exército dá a chance para essas pessoas saltarem de sua condição social (Revolução Militarizada).

- PARTIDO DA MONTANHA: Grupo político da Convenção, cujo nome se deve ao fato de sentarem-se na parte alta da sala. Em sua maioria eram jacobinos.

- PARTIDO DA PLANÍCIE: Grupo político formado por membros da alta burguesia financeira que tomava assento na parte baixa da Assembléia.

Em 26 de agosto de 1789 aprovam a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” (“homem”, sexo masculino e não direitos civis; a diferença entre os gêneros ainda é observado; a mulher não tinha direito; era propriedade como direito sagrado) e passam a conclamar o povo para tomarem posição.

NAPOLEÃO BONAPARTE


Napoleão nasceu na Córsega (não era francês; sim, corso), em 1769. Aos dezesseis anos chegou à França; aos vinte anos de idade, alistou no exército; aos vinte e cinco anos, tornou-se general e aos vinte e sete anos de idade foi considerado o soldado mais importante da história.

Em 1792, os jacobinos lideram até a implantação do Período do Terror, durante o qual milhares de pessoas foram executadas, depois de serem acusadas de traição: quem não concordava ia para a guilhotina e Napoleão apoiava.
Após o golpe de 18 Brumário, o poder do Diretório foi substituído pelo governo de Consulado. Este, que consolidou o poder da alta burguesia, tinha no Executivo três cônsules, eleitos pelo Senado. Entretanto, essa aparente democracia mascarava o poder que detinha o primeiro cônsul: Napoleão Bonaparte.
Napoleão preocupava-se com a segurança interna, necessária ao bom andamento dos negócios. Mas era preciso conseguir a paz externa e afastar o perigo de uma invasão na França.
Napoleão centralizou a administração pública; criou o Banco o Banco da França; facilitou o acesso da burguesia aos capitais necessários para seus empreendimentos; legalizou as propriedades conseguidas pelos camponeses durante o governo jacobino; preocupou-se com a educação popular; usava-se do plebiscito, ou seja, as suas decisões importantes eram submetidas à apreciação popular; criou uma forte censura a todos os jornais e uma polícia política destinada a reprimir qualquer oposição ao seu governo.
Ao mesmo tempo, ganhava popularidade e fidelidade de seus soldados por meio de bem estudada propaganda, especialmente veiculada em jornais militares.
O “Código Napoleônico” refletia os anseios da burguesia francesa e, a respeito da legislação trabalhista, constava de restrições: eram proibidas as associações de empregados, as greves etc. A instituição familiar era também abordada: as leis garantiam o divórcio e submetiam a mulher à autoridade do marido, denominado “a cabeça pensante do casal!”
No início do século XIX, Napoleão iniciou a libertação dos povos como o lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade (tirar o povo da tirania) e então, torna-se imperador, portanto, tirano. Quando ele cai na “Batalha de Waterloo” (o nome vêm em inglês, porque a França que perdeu), em 1815, o imperador foi definitivamente derrotado. O trono francês voltou a ser ocupado por Luís XVIII.

III – CARACTERÍSTICAS:

A segunda metade do século XVIII presenciou a rejeição do Barroco e do Rococó, e a substituição de ambos por um novo estilo.

O Neoclassicismo, que dependia da imitação estrita dos antigos modelos gregos, como também o ressurgimento Gótico, o Movimento Pitoresco e os primórdios do Romantismo, cultura envolvida com o Regime militar.
O Neoclassicismo tem a sua importância pelas suas repercussões na cultura contemporânea, principalmente por envolver elementos imaginários, ainda, que, inconsciente.
A arte refletiu essas mudanças, tornando-se mais complexa e dando lugar a vários movimentos artísticos. Enquanto os artistas neoclássicos submetiam-se às regras das academias, outros buscavam libertar-se delas e expressar livremente seus sentimentos e sua imaginação.
Como assinalou o escritor alemão Goethe, “agora se quer heroísmo e virtudes cívicas”. A arte “politicamente correta” era séria, ilustrando temas da história antiga ou da mitologia, em vez das frívolas cenas de festa rococó. Como se a sociedade tivesse tomado uma dose excessiva de doce, o princípio substitui o prazer e a pintura deu apoio à mensagem moral de patriotismo.
A situação por volta de 1750, na Inglaterra, França e Roma, registrava-se uma hostilidade ao Barroco e ao Rococó. O Barroco estava começando a ser visto com extravagante e o Rococó como frívolo, pois estava associado a uma sociedade degenerada.
Os ataques ao Barroco começaram na Inglaterra logo depois de 1715 e, ao Rococó, na França, na década de 1740.
O estilo proposto como substitutivo era um classicismo sóbrio e racional.
A Antiguidade serial a principal fonte inspiradora, mas o classicismo seiscentista era admirado e serviria de modelo direto.
A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases da criação na Antiguidade. As características marcantes são o caráter ilustrativo e literário, marcados pelo formalismo e pela linearidade, poses escultóricas, com anatomia correta e exatidão nos contornos, temas "dignos" e clareza. A arte neoclassica nasceu na Europa, nas ultimas décadas do século XVIII e nas três primeiras décadas do século XIX, foi uma reação ao barroco e ao rococó.Não foi apenas um movimento artístico mas também cultural que refletiu as mudanças que ocorriam na época marcadas pela ascensão da burguesia. Este estilo procurou expressar e interpretar os interesses, a mentalidade e os habitos da burguesia manufatureira e mercantil da época da revolução francesa e do Império Napoleonico.

Principais Características do neoclassicismo:


• formalismo e racionalismo
• exatidão nos contornos
• harmonia do colorido
• retorno ao estilo greco-romano
• academicismo e técnicas apuradas
• culto a teoria de Aristóteles
• ideal da época : democracia
• pinceladas que não mascavam a superfície

O Neoclassicismo é, basicamente, o reviver dos ideais de beleza da antiguidade clássica, que surge em meados do séc. XVIII, em Itália, em oposição ao excesso do Barroco e do Rococó, contrapondo princípios de simplicidade, simetria, racionalidade e austeridade. Neste período reúnem-se situações propiciadoras para o aparecimento deste movimento, sendo estas:

- Filosóficas: este período está muito condicionado pelo iluminismo, historicismo e racionalismo (ser racional é respeitar princípios como a simplicidade, é ser pragmático e focar o essencial – ser simples)

- Históricas/Sociais/Econômicas: a origem deste movimento tem muito a ver com as Revoluções dadas em diferentes locais – a revolução francesa, a revolução americana, e essencialmente a Revolução Industrial. A Revolução Francesa transformou a sociedade ao instalar a burguesia, que vai ter como consequência a redistribuição da riqueza, e ao defender a igualdade das classes e o direito à liberdade. Na Revolução americana, procurou-se a independência dos britânicos, e deu-se a libertação do jugo colonial. Finalmente, a Revolução Industrial permitiu o progresso, o aparecimento de cidades, a melhoria dos transportes, a criação de fábricas, ou seja, a transformação da sociedade. Aliada à melhoria dos transportes está á invenção de novos meios de locomoção. Desta forma, as pessoas têm a possibilidade viajar muito, e ver por eles próprios os achados arqueológicos que vão ser muito importantes na genese deste movimento, que tem por base a procura pela perfeição da antiguidade. Estes achados são resultantes dos saques das invasões napoleônicas no norte de África (arte de muita sobriedade) e também da descoberta das ruínas de Herculano e Pompéia (Itália), acontecimentos que vêm lembrar a cultura antiga e surge por esta um interesse desmesurado. É nesta altura que surgem as primeiras escolas de Belas-Artes.

ARQUITETURA:

A arquitetura neoclássica foi produto da reacção antibarroco e anti-rococó, levada a cabo pelos novos artistas-intelectuais do século XVIII. Os Arquitectos formados no clima cultural do racionalismo iluminista e educados no entusiasmo crescente pela Civilização Clássica, cada vez mais conhecida e estudada devido aos progressos da Arqueologia e da História.

Algumas características deste movimento artístico na arquitetura são:
• Materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras);
• Processos técnicos avançados;
• Sistemas construtivos simples;
• Esquemas mais complexos, a par das linhas ortogonais;
• Formas regulares, geométricas e simétricas;
• Volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos murais lisos;
• Uso de abóbada de berço ou de aresta;
• Uso de cúpulas, com frequência marcadas pela monumentalidade;
• Espaços interiores organizados segundo critérios geométricos e formais de grande racionalidade;
• Pórticos colunados;
• Entablamentos direitos;
• Frontões triangulares;
• A decoração recorreu a elementos estruturais com formas clássicas, à pintura rural e ao relevo em estuque;
• Valorizou a intimidade e o conforto nas mansões familiares;
• Decoração de carácter estrutural.

O Neoclassicismo é uma arte ambientada pela razão na arquitetura.

Inspirou-se na antiguidade clássica, por influência da observação direta dos edifícios originais, para os quais se voltavam todas as atenções, em virtude das grandes escavações arqueológicas (de Herculano e Pompéia). Adaptaram os valores estéticos do classicismo, nos princípios de composição (ordem jônica, dórica e coríntia), nas tipologias, nos elementos arquitetônicos e artísticos gregos e romanos: a racionalidade, simetria, o frontão triangular, pórticos e abóbadas. Este movimento propôs ainda, dado a sua condicionante racional, alguns outros princípios, como de proporção, ortogonalidade, monumentalidade, utilizando linhas direitas em edifícios feitos essencialmente em pedra, onde a decoração praticamente não existia (a que existia era a nível dos frontões, em baixos-relevos).
Surgem novos edifícios para responder a novas necessidades, derivadas de uma grande transformação social, como tribunais, prisões, escolas, teatros...
O primeiro edifício neoclássico é a Igreja de Santa Genoveva, em França, de Jacques-Germain Soufflot.

PINTURA:

A nível da pintura neoclássica é importante salientar as suas características técnicas e as temáticas abordadas.

A temática da pintura deste movimento é, quase sempre, a mitologia, as alegorias, a história, o heroísmo e o retrato.
A pintura neoclássica que apela também à razão, caracterizou-se pelo desenho rigoroso, tendo a linha uma grande importância em detrimento da cor (cores escuras e sombrias – castanhos, ocres – há ausência de modelação cromática), pela busca da perfeição estética, pelo tratamento elaborado da luz (claros/escuros), e pelo princípio da estaticidade.
Dos artistas que cultivaram o neoclassicismo pictórico destacam-se David, Ingres e Gros.

Principais pintores:

Jacques Louis David (francês, 1748-1825): foi o mais característico representante do Neoclassicismo. Durante alguns anos controlou a atividade artística francesa, sendo o pintor oficial da corte imperial, pintando fatos históricos ligados à vida do imperador Napoleão. Pintou também temas solenes, personagens e motivos inspirados na antigüidade clássica, através de cores sóbrias. Sua luminosidade lembra Caravaggio, mas é em Rafael Sânzio (mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia das cores) que reside sua maior influência. Figuras sólidas e imóveis. Excelente retratista. Obras mais importantes: "A Morte de Marat" (1793); "A Morte de Sócrates" (1787); "As Sabinas"; "A Coroação de Napoleão em Notre Dame".


• Dominique Ingres (francês, 1780-1867): formado na oficina de David, permaneceu fiel aos postulados neoclássicos do seu mestre ao longo de toda a vida. Passou muitos anos em Roma, onde assimilou aspectos formais de Rafael e do maneirismo. Ingres sobreviveu largamente à época de predomínio do seu estilo, dado que morreu em 1867. A partir de 1830 opôs-se com veemência, da sua posição de académico, ao triunfo do romantismo pictórico representado por Delacroix. Ingres preferia os retratos e os nus às cenas mitológicas e históricas. Entre os seus melhores retratos contam-se "Bonaparte Primeiro Cônsul", "A Bela Célia", "O Pintor Granet e A Condessa de Hassonville". Nos nus que pintou ("A Grande Odalisca", "Banho Turco" e, sobretudo, "A Banhista") é patente o domínio e a graça com que se serve do traço. A sua obra mais conhecida é "Apoteose de Homero", de desenho nítido e equilibrada composição.

ESCULTURA:

Na escultura o movimento buscava inspiração no passado. A estatuária grega foi o modelo favorito pela harmonia das proporções, regularidade das formas e serenidade da expressão. Apesar disso, não atingiram a amplitude nem o espírito da escultura grega. Também foi menos ousada que a pintura e arquitetura de seu tempo. Entre os principais escultores destaca-se o italiano Antonio Canova (1757-1822), que retrata personagens contemporâneos como divindades mitológicas como Pauline Bonaparte Borghese como Vênus.

A escultura neoclássica notabilizou-se pela utilização do mármore, que por ser branco se adapta à ideia de pureza, em obras de perfeição extrema, com grande rigor. Segue, tal como a pintura, princípios de proporção e estaticismo, e imitam as estátuas gregas, pelas formas serenas que transmitem calma, serenidade, frieza e austeridade.
De entre os artistas deste tempo salienta-se António Canova e o Thorvaldsen.

FOCOS DE IRRADIAÇÃO DO NEOCLASSICISMO: LONDRES, PARIS E ROMA

MÚSICA:

 
O período normalmente designado como neoclássico é, em música, reconhecido como classicismo, ou período clássico. Grosso modo, a segunda metade do século XVIII, período marcado pela simplificação das estruturas Barrocas, tornando a música mais simples através da mudança de um estilo contrapontístico para outro homofônico. São considerados o auge deste estilo os compositores Mozart e Haydn, pelo modo como sintetizaram os trabalhos de seus antecessores, dando forma definida à Sonata, à música de câmara, ao concerto e à Sinfonia. Beethoven é considerado o compositor responsável pela transição do estilo clássico para o romântico.

A denominação "Neoclássica" em música geralmente se refere a um movimento musical um tanto difuso, ocorrido aproximadamente entre 1920 e 1950. A principal figura deste movimento foi Stravinski, que após um período identificado como primitivismo, ou "fase russa", passou a evocar a estética do século XVIII. Isso ocorreu principalmente a partir de seu balé Pulcinella (1920). Outros compositores podem ser reputados como neo-clássicos no século XX, em geral uma característica atribuída àqueles que não buscaram uma estética atonal ou o exacerbado uso da dissonância e do ruído, mas continuaram compondo segundo os parâmetros tonais dos séculos anteriores, de alguma forma renovados.


NEOCLASSIICISMO PORTUGUÊS - POMBALINO:

 
Devido ao terremoto de 1755, desencadeou-se uma necessidade de reconstrução rápida da cidade de Lisboa, e por isto mesmo, o novo modelo arquitetônico é despojado de qualquer tipo de decoração.

Marquês fez-se rodear de arquitetos portugueses, como José da Costa e Silva, que tinha sido bolseiro em Roma, e também de arquitetos italianos, como Fabri, que bebem toda a cultura neoclássica, daí que se veja o reflexo de uma grande influência italiana: é construída uma cidade horizontal, e matemática (onde, por exemplo, todas as ruas dão ao rio Tejo), que permitia praças quadradas, espaços grandes e monumentais.
Monumentos mais grandiosos – Palácio da Ajuda e Teatro Nacional D. Maria II.
Ao norte, pelas facilidades de vida, instalou-se uma colônia de ingleses que se dedicavam ao comércio e exportação do vinho do porto, que lhes permitia a detenção de grandes fortunas. Começam a construir edifícios com novas formas, surgem novas tipologias porque é necessário criar estruturas para os ingleses, como escolas e cemitérios, realizados por arquitetos ingleses, que iam buscar influência do Neopalladianismo. Surge então uma cidade completamente diferente de Lisboa, pela construção de edifícios neoclássicos distintos na harmonia (nas linhas mais genéricas).
Monumento mais grandioso – Hospital de Santo Antônio

TEATRO:

No teatro neoclássico a racionalidade predomina, revalorizam-se o texto e a linguagem poética. A tragédia mantém o padrão solene da Antiguidade. Entre os principais autores está Voltaire. A comédia revitaliza-se com o francês Pierre Marivaux (1688-1763), autor de "O Jogo do Amor e do Acaso". Os italianos Carlo Goldoni (1707-1793), de "A Viúva Astuciosa", e Carlo Gozzi (1720-1806), de "O Amor de Três Laranjas", estão entre os principais dramaturgos do gênero. Outro importante autor de comédias é o francês Caron de Beaumarchais (1732-1799), de "O Barbeiro de Sevilha" e de "As Bodas de Fígaro", retratos da decadência do Antigo Regime e uma inspiração para as óperas de Mozart (1756-1791) e Rossini (1792-1868).

Numa linha que prenuncia o romantismo, trabalha o dramaturgo e filósofo francês Denis Diderot (1713-1784), um dos organizadores da Enciclopédia. Entre suas peças se destaca "O Filho Natural". O italiano Metastasio (1698-1782) aproxima o teatro da música, como no melodrama .

BRASIL:


Em 1816, desembarca no Brasil a Missão Artística Francesa, contratada para fundar e dirigir no Rio de Janeiro uma Escola de Artes e Ofícios. Nela está, entre outros, o pintor Jean-Baptiste Debret, que retrata com charme e humor costumes e personagens da época. Em 1826 é fundada a Academia Imperial de Belas-Artes, futura Academia Nacional, que adota o gosto neoclássico europeu e atrai outros pintores estrangeiros de porte, como Auguste Marie Taunay e Johann Moritz Rugendas. Pintores brasileiros desse período são Manuel de Araújo Porto-Alegre e Rafael Mendes Carvalho, entre outros.
No país, a tendência torna-se visível na arquitetura. Seu expoente é Grandjean de Montigny (1776-1850), que chega com a Missão Francesa. Suas obras, como a sede da reitoria da Pontifícia Universidade Católica no Rio de Janeiro, adaptam a estética neoclássica ao clima tropical. Mesmo que sua fundamentação fosse de uma sociedade agrário-escravocrata e com um comércio relativamente atrasado, tendo um governo monárquico.
Na pintura, a influência neoclássica está submetida ao romantismo. A composição e o desenho seguem os padrões de sobriedade e equilíbrio, mas o colorido reflete a dramaticidade romântica. Um exemplo é Flagelação de Cristo, de Vítor Meirelles (1832-1903).

LITERATURA:

Na literatura, a principal expressão é o arcadismo, caracterizado por um estilo mais simples e objetivo e pela temática voltada para a natureza. Os seus principais poetas encontram-se em Vila Rica, centro cultural do Brasil na época. A vida no campo é também abordada , mas os pastores europeus são substituídos pelos vaqueiros brasileiros. Cláudio Manuel Costa (1729 - 1789), Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) e Silva Alvarenga (1749-1814) são os principais poetas do movimento no Brasil.
Os textos empregam linguagem clara, sintética, gramaticalmente correta e nobre. A forma liberta-se um pouco do rigor do Classicismo anterior. A principal expressão do movimento na literatura é o Arcadismo, manifestado na Itália, em Portugal e no Brasil.
Na França, os novos ideais iluministas são a base dos textos. Os principais autores são Montesquieu (1689-1755) e Voltaire. O primeiro é autor, entre outras, da obra Do Espírito das Leis. Voltaire experimenta vários gêneros: tragédia (A Morte de César), poesia (Discurso sobre o Homem), contos fantásticos (Zadig) e romance de fundo moral (Cândido). No final do século, uma visão crítica da aristocracia é dada por Choderlos de Laclos (1741-1803), em As Relações Perigosas, e pelos romances eróticos do Marquês de Sade (1740-1814) e de Restif de la Bretonne (1734-1806). Na Inglaterra destacam-se Robinson Crusoe, de Daniel Defoe (1660-1731), e As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift (1667-1731).
A sua principal expressão na literatura , o Arcadismo foi um movimento literário que buscava basicamente a simplicidade, oposto a confusão e do retrocedimento Barroco. Retrata a vida pastoril e harmônica do campo. As referências clássicas voltam, e as obras são recheadas de seres da mitologia grega. Porém se observa que a mitologia, que era um acervo cultural concreto de Grécia, Roma e mesmo do Renascimento, agora se converte apenas num recurso poético de valor duvidoso. Também se destaca Éclogas de Virgílio e dos Idílios de Teócrito, obras clássicas que retratam a natureza harmônica, e por isso são os dois autores mais imitados pelos árcades.
Os árcades, ao contrario do Barroco, preferiam uma visão equilibrada do mundo. Sem exageros, sem conflitos, apenas a simplicidade.





































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