sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MINIMAL ART 1960 – 70



I – DADOS CRONOLÓGICOS:


Do ponto de vista cronológico da História da Arte Contemporânea (norte-americana) o MINIMALISMO foi um passo acima da vulgaridade do Pop e de transição para a Arte Conceitual, além de ser uma reação contra a presunção do Expressionismo Abstrato.
A MINIMAL ART surgida no final dos anos sessenta, fez com que os traços estéticos como forma, cor, composição e emoção fossem descartados do objeto artístico, reduzindo-o a uma simples estrutura primária.
Para a MINIMAL ART só interessam os materiais sintéticos enriquecedores da tecnologia.

II - CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL:

O termo “Minimal Art” foi designado em 1961, por Richard Wolheim para designar uma classe de objetos que tem pouca ligação com a arte (“Ready Made”), baixo conteúdo e que não precisa ser executado pelo próprio artista.
A exposição Minimalista do artista francês Yves Klein mostrava absolutamente nada, apenas as paredes da galeria caiadas de branco, não contendo nenhum objeto ou tela. Dois patrocinadores compraram quadros não existentes e Klein exigiu o pagamento em ouro.

Comparados a eles”, disse o marchand Leo Castelli, “Mondrian é expressionista”.



III – CARACTERÍSTICAS:


Para o artista moderno, a conclusão inevitável da necessidade de reduzir a arte ao básico foi o Minimalismo.
Seus fundadores foram escultores americanos, como DONALD JUDD, que definiu o Minimalismo como “se livrar daquilo que as pessoas costumavam achar essencial à arte”.
Os Minimalistas como os pintores HARD EDGE, erradicaram a marca pessoal, toda emoção, toda imagem e mensagem.
Para obter um efeito tão “puro” e anônimo, usavam materiais pré-fabricados em formas geométricas simples, como caixas de metal e tijolos. Tendo eliminado a personalização e o consumismo, o legado dos Minimalistas foram às formas mecânicas frias para o espectador fazer delas o que os artistas fariam.
Prateleiras de metal numa parede ou vidraças no chão da galeria e uma prancha encostada na parede são arte Minimalista.




A simplicidade da forma”, disse Robert Morris, “não equivale necessariamente à simplicidade da experiência.”


A arte Minimalista apresenta certa ambiguidade: ela é simples e complexa; possui uma grande carga simbólica e ao mesmo tempo, não têm nenhum significado expressivo; ela é literal e metafórica; remete a um passado remoto e ao mesmo tempo, um futuro distante.
De forma abstrata, a arte Minimalista é reduzida a estados mínimos de ordem e complexidade, sob o ponto de vista morfológico, perceptivo e significativo.
Sua técnica é feita à máquina e quanto ao seu significado - você é o juiz.
As obras Minimalistas são de grandes proporções e não se limitam somente ao objeto, mas, também, ao ambiente em que é exposta: ambiência/instalação.


Às vezes a obra é adaptada ao local em que ela é inserida – “site specific” e está condicionada à sua exibição.



Os Minimalistas não se viam com formadores de um movimento e nem partilhavam princípios da mesma estética.

A ideia de associá-los ocorreu em 1966 quando diversos artistas participaram de uma exposição coletiva: a “Estruturas Primárias”, cujo objetivo era explorar o conceito de estruturas básicas através de pesquisas distintas; porém, com princípios comuns. Mas, logo em seguida, o grupo se desfez.
Formas geométricas elementares (módulos), construídas com materiais industriais (aço, ferro, alumínio, plexiglás), de dimensões frequentemente gigantescas, definidas por uma gestalt simples (forma constante, conhecida) e a partir de um repertório cromático essencial confluem para uma visão total em que a relação com o ambiente é fundamental, tanto em termos de existência da obra, como em termos de relação fruitiva.
No terreno da pintura, surgem grandes superfícies monocromáticas com cores intensas, pinceladas pouco visíveis e estudos lineares, em que a obra é a pintura em si mesma.
Para esses escultores, a forma mínima garante a intensidade máxima. Eliminando as “distrações” do detalhe, da imagem, da narrativa, isto é, tudo, eles pretendem forçar a atenção total do espectador para o que sobrou.
Estes artistas possuem um ponto em comum: busca pela essência das coisas, visando à ordem espiritual das culturas orientais; portanto, fazem conceitos às visões não ocidentais.

Defendem:

1. IDEIA DE UNIDADE (lembrando os módulos da modernidade, mas formado por múltiplos);
2. REPETIÇÃO;
3. FORMAÇÃO DE SÉRIES COM MÓDULOS REPETIDOS;
4. SIMPLICIDADE.

O módulo tem que ser limpo e simples; portanto, vem da reta (quadrado ou retângulo).
Os minimalistas buscam o universal. São atemporais e ageográficos.
Com a produção em série, a massificação fica associada com a industrial.
Os artistas são considerados “arquitetos da obra”. Eles são os idealizados dos projetos e do manual de instrução; mas, a execução não é o essencial para seus criadores.
Trata-se de uma obra contemplativa, serena, “zen-budista”, intimista e introspectiva.
O seu vocabulário é impessoal ou neutro (não sabe se foi feito por uma mão humana ou por uma máquina). Entretanto, o espectador percebe qual foi o material utilizado (literal), mas ao ser exposto perde a sua função original.
As obras geralmente não possuem títulos ou são “sem títulos”, levando o espectador atribuir significados diferentes.

MÚSICA MINIMALISTA

A música minimalista não tem cadência, a exemplo da música oriental e a africana. Trata-se de um ciclo de repetição em série que não tem nem começo, meio ou fim.
Essas músicas não são ensaiadas, são longas e improvisadas. Esse tipo de música provoca um esquecimento de si e uma entrega ao tempo.
A música minimalista é caracterizada por:
• Repetição (frequentemente de frases musicais curtas);
• Ênfase na harmonia consonantal;
• Pulso constante.

Principais expoentes na música:
• Terry Riley
• O vidro de Philip (grupo que executava suas músicas nas galerias de artes onde seus amigos minimalistas exibiam suas obras)

Terry Riley


LITERATURA MINIMALISTA


• É caracterizada por uma economia de palavras. Os autores minimalistas abstêm-se de advérbios, as histórias são curtas e falam, geralmente, de fatias da vida
• Principal expoente na literatura é Ernest Hemingway

Ernest Hemingway


MODA MINIMALISTA NA DÉCADA DE 60


Na moda, o Minimalismo não é nem um pouco conveniente ao consumo, isso porque seu caráter é essencialmente atemporal. O que não significa que o estilo não seja usado. A sofisticação e o bom gosto que a moda minimalista consegue atingir são indispensáveis em qualquer guarda-roupa. A modelagem carrega referências masculinas, o corte é impecável e a cartela de cor é reduzida, prevalecendo o monocromático.
Nos anos de 1968/1969, o Minimalismo foi usado na moda jovem do estilista André Courrèges e de Mary Quant.

• Andre Courréges: cria uma estética inovadora, tem um traço na tecnologia da época como a conquista do espaço. Sua coleção “Space Age” trazia formas geométricas, linhas retas, materiais sintéticos, repetição e redução de formas e cores, em pleno estilo de viagem espacial.

Nas páginas de MANEQUIM, as Moon Girls, de André Courrèges

“Space Age”- Andre Courréges

No cinema temos como exemplo o filme “Koyaanisqatsi” (“Vida em Desequilíbrio”) de Ron Fricke e Baraca como fotógrafo.


Um comentário:

Anônimo disse...

boa valeu